A Esfera Celeste
Observando a fig. 1 concluímos que uma reta traçada por “C” (Centro da Terra), toca a superfície em dois pontos: o polo norte (PN) e o polo sul (PS). Assim sendo, a determinada linha pn/ps constitui o eixo da Terra. Se prolongarmos essa reta até tocar os pontos de intersecção do globo celeste, teremos os pontos PN e ou polos celestes, que determinarão o Eixo do Mundo. Temos então que o eixo do mundo é a linha em torno da qual parece girar a esfera celeste.

Tracemos um plano perpendicular ao eixo do mundo, passando pelo centro da esfera celeste. Determinaremos a divisão da esfera celeste em duas partes ou hemisférios: Hemisfério Norte e Hemisfério Sul. Ao plano que divide a esfera celeste em duas partes iguais chamaremos de Equador Celeste, que na realidade é uma projeção no espaço do equador terrestre.
Os planos paralelos ao equador e que não passam pelo centro da esfera, são chamados Paralelos Celestes. A cada um deles corresponde um paralelo terrestre, que dista do plano do equador o mesmo número de graus do seu correspondente celeste.
Círculos Horários ou Círculos de Reclinação:– São círculos máximos perpendiculares ao equador. São móveis porque os imaginamos traçados na esfera celeste e está se supõe com movimento de rotação. O círculo horário que passa pelos pontos Áries, ou ponto vernal, e Libra chame–se de “coluro equatorial dos equinócios”. O perpendicular a este: “coluro equatorial dos solstícios”, passando por Câncer e Capricórnio.

Meridianos Celestes:– São círculos máximos e fixos perpendiculares ao equador. Cada um divide a esfera celeste em Hemisfério Oriental e Hemisfério Ocidental. O horizonte racional divide cada meridiano em “meridiano superior” e “meridiano inferior”. (Horizonte racional astronômico ou verdadeiro e o plano da esfera celeste que passa pelo centro da Terra e é perpendicular à vertical do lugar de observação, isto é, a direção da gravidade no ponto em que o observador se encontra).
Eclíptica, Via Solis, O Caminho do Sol:– O caminho aparente do Sol, ou a órbita que descreve em redor da Terra; ou a órbita da Terra vista do Sol. É o círculo máximo da esfera celeste que forma com o equador um ângulo de 23° 27’ (vinte e três graus e vinte e sete minutos). O plano da eclíptica é o plano da órbita da Terra, prolongada até a esfera celeste. A eclíptica divide a esfera celeste em hemisfério superior ou Boreal e hemisfério inferior ou Austral. O diâmetro da esfera celeste perpendicular ao centro do plano da eclíptica é o “Eixo da Eclíptica”. As suas extremidades são o “polo norte da eclíptica” e o “polo sul da eclíptica”.

Obliquidade da Eclíptica:– É o ângulo que a eclíptica forma com o equador, (que é igual a 23° 27’).
Pontos Equinociais:– São pontos em que a eclíptica corta o equador; são os pontos Áries e Libra, sendo que Áries também é chamado Ponto Vernal.
Linha dos Equinócios:– É a interseção do plano da eclíptica com o plano do equador.
Linha dos Solstícios:– É a linha perpendicular à linha dos equinócios.
Tempo Sideral
É o método de computar o tempo, baseado no período transcorrido entre dois passos sucessivos de alguma estrela particular, ou pelo movimento diurno do ponto vernal ou equinocial 0° Áries. É o intervalo de tempo que decorre entre duas passagens consecutivas do ponto vernal pelo meridiano de um mesmo lugar. Marca o tempo exato de uma revolução da Terra sobre seu próprio eixo.
Hora sideral, portanto, é o ângulo horário do ponto vernal.
Esclareçamos esta questão que oferece muita confusão na mente dos estudantes. A cada rotação da Terra sobre seu eixo, ela avança aproximadamente 12 (um grau) em sua trajetória no equador celeste. Como sabemos o equador faz parte do plano da esfera celeste, que por sua vez é dividida em 24 círculos horários (também chamados círculos de declinação), e exemplo dos 24 fusos horários na esfera terrestre. Observemos o desenho:

Para definirmos com perfeição este assunto, devemos admitir a existência real do movimento diurno e aparente e adotarmos como unidade fundamental o tempo em que a esfera celeste executa uma rotação completa em volta da Terra (para melhor entendimento consideraremos a Terra sem movimento no espaço, e consequentemente a esfera celeste em movimento em torno de nosso planeta). Observemos a figura “1”, onde temos a Terra parada com o zênite ou meridiano superior de um lugar qualquer. Tomemos como ponto fixo na esfera celeste o chamado ponto Áries, ou ponto vernal ou ainda, equinócio de primavera do hemisfério norte, ou seja, a posição que ocupa o centro do Sol no dia 21 de março, quando este centro atravessa o equador celeste.
Num lugar qualquer da Terra o dia sideral começa quando o ponto Áries passa pelo meridiano superior do lugar. Se admitimos a realidade do movimento diurno aparente e por conseguinte a imobilidade da Terra, haveremos de considerar os meridianos dos distintos lugares como planos fixos no espaço que o ponto Áries atravessa sucessivamente. A partir do ponto Áries a hora sideral é 0h00m0s (zero hora, zero minuto e zero segundo de tempo sideral). A partir daí, o ponto vernal percorre o equador com uma velocidade constante e regressa ao meridiano quando completar 24 horas de tempo sideral; portanto será uma hora de tempo sideral quando haja percorrido um arco de 15° (quinze graus), desde o instante de seu passo pelo meridiano superior desse lugar; serão duas horas quando percorrer 30° e assim por diante até que em 24 horas tenha percorrido 360°.
Observemos agora a fig. “2”. Se tomarmos por base ainda a rotação da esfera celeste a que o Sol em sua marcha aparente avança 1° (um grau) por dia em longitude eclíptica de oeste para este ou seja em movimento contraditório ao da esfera celeste, quando o centro do Sol passar pelo meridiano do lugar pela segunda vez consecutivamente terá completado um dia solar e esse dia será 4 minutos mais longo que um dia sideral, visto que ao passar novamente pelo, meridiano o Sol terá avançado 1° o que equivale a 4 minutos de tempo.

Hora Local
Recordemo–nos que a hora legal é dada pelos fusos horários adotados pelos governos. Observe o capítulo sobre a hora legal do Brasil. Hora local ou verdadeira e determinada pela passagem do Sol verdadeiro pelo meridiano do lugar.
Como transformar Hora Legal em Hora Local
Em astrologia usamos somente a hora local. No entanto, o consulente fornece sempre a hora legal, o que obriga o Astrólogo a transformar a hora legal em local.
Para essa transformação, usamos um Atlas ou um mapa comum e determinamos a longitude da cidade do nato. Para esse fim recomendamos a compra de um Atlas. Conhecida a longitude, com uma simples multiplicação dos graus redondos por 4’ e dos minutos por 4”, o produto em minutos dividimos por 60’ e teremos a diferença horária verdadeira em horas e minutos entre um determinado lugar e Greenwich.
Por exemplo, a cidade de São Paulo tem a longitude de 46° 31’ W.
O fuso horário de São Paulo é de -3 horas.
Multipliquemos 46° x 4’ = 184’ e 31’ x 4” = 124”
Temos que cada 60” = 1’, logo 124” = 2’ e 04”. Então somamos aos 184’ mais 2’ e obteremos 186’. Os restantes 04” desprezaremos pois somente nos interessamos por minutos completos. Teremos então 186’: 60’ = 3h06m que é a diferença horária verdadeira entre São Paulo e Greenwich.
Vejamos a cidade do Rio de Janeiro. A longitude é de 43° 15’ W.
Multipliquemos:

Como os segundos longitudinais completam 1 minuto de tempo, somaremos aos 172’, logo teremos 173’. Para encontrarmos a diferença horária (portanto em horas) faremos:
173’ 60’ = 2h53m que é a diferença horária verdadeira entre Rio de Janeiro e Greenwich.
Encontrada a diferença horária e sabendo–se o fuso adotado para a cidade, faremos o seguinte cálculo: Para longitudes a oeste de Greenwich acrescentamos o fuso horário e subtraímos a diferença horária verdadeira. No caso de São Paulo, se recebermos a hora de 14h00m como hora do nascimento, então faremos os seguintes cálculos:

No caso de uma cidade a Este de Greenwich, teremos então que subtrair o fuso e acrescentar a diferença horária. Para a cidade de Roma, cuja longitude é 12° 28’ E, teremos que a diferença horária é de 00h49’. Dada a hora de 5 horas legal, teremos que:

Recomendamos que seja consultada a hora vigente em todos os países através do “Almanaque Náutico ” da Marinha do Brasil. Estas horas deverão ser adicionadas HMG para a obtenção da Hora Legal ou subtraídas da hora legal para obtenção de HMG.
Hora de Verão
Empregada pelos governos com o objetivo de economizar energia durante o Verão, consiste no aumento de uma hora (em alguns casos 2 h) nos relógios, a partir da Hora Legal. Este sistema vem provocando uma verdadeira calamidade nas regras horárias universais. Verifique sempre se houve ou não Horário de Verão (*), e não esquecendo de subtrair sempre 1 ou 2 horas, se for o caso, antes de começar seus cálculos, caso contrário levantará um Horóscopo completamente falso.
(*) Consulte Wikipédia com horários de verão no Brasil.
Horário de Verão nos outros Países
Com relação aos horários de verão para os outros países, o melhor a fazer é solicitar uma relação dos critérios horários observados nas várias épocas de suas existências em suas respectivas embaixadas ou consulados.
Adoção da Hora Legal ou de Greenwich pelos diversos Países:
Diversos países adotaram o horário de verão, como a lista é grande, recomendamos sempre utilizar fontes seguras, um exemplo: site Dados Mundiais